Tatu com Volta-no-Meio
O "Tatu" era uma das cantigas do fandango gaúcho (entremeadas de sapateado). O tatu é o mais longo e o mais importante de nossos cantos populares. Mesmo após o desaparecimento das danças sapateadas, o Tatu continuou a existir, sob a forma de uma décima (história contada em versos) popular em todo o Rio Grande do Sul. Entre os campeiros do Rio Grande do Sul se conhece 109 quadrinhas, que cantam a vida do Tatu (personagem meio gente, meio bicho, símbolo do pobre diabo sempre atraiçoado pela sorte). No início, o Tatu, como legítima dança de fandango, consistia em um sapateado de pares soltos. Depois, o Tatu sofreu a intromissão, em sua coreografia, da "Volta-no-Meio" - dessa fusão nasceu um novo Tatu, que se subdivide em duas partes: na primeira, os pares estão soltos, as mulheres sarandeiam em volta do homem, e estes sapateiam acompanhando a sarandeio da mulher. Na segunda parte (à volta no meio), a mulher tomada pela mão do seu companheiro, gira como se fossem realizar várias voltas, mas interrompe a volta no meio do verso, passando a girar no sentido contrário.Enquanto isso, o homem sapateia no lugar segurando a mão de sua companheira. No que diz respeito à parte sapateada, o Tatu é a dança gaúcha que oferece maior liberdade aos dançarinos. Então eles podem abrilhantar os passos com os mais diversos "floreios” de acordo com a habilidade de cada um.